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Investimentos diretos da China desaceleram na América Latina

Novos dados mostram que os fluxos de IED chinês para a região diminuíram pelo terceiro ano consecutivo
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(image: PXhere)

O crescimento econômico mundial teve um ritmo mais lento no ano passado. O crescimento da América Latina, por exemplo, alcançou 1,2%, um resultado ainda mais modesto do que a média global, que chegou a 3,6%.

Os fluxos internacionais e os investimentos estrangeiros diretos (IED) sofreram impactos com o aumento da aversão ao risco, incertezas políticas e econômicas, baixa lucratividade e poucos incentivos para investidores nos Estados Unidos, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

As estimativas variam em relação aos IEDs, mas novos dados compilados pela Rede Acadêmica da América Latina sobre a China (Red ALC-China) mostram que, em 2018, o fluxo de investimentos para a América Latina sofreu uma queda pelo terceiro ano consecutivo.

O IED chinês para a América Latina disparou durante os anos em que as commodities tinham preços altos, mas diminuiu quase um terço no ano passado – passou de 12 bilhões de dólares para 8,4 bilhões de dólares. Em 2016, esse valor era de quase 16 bilhões de dólares.

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Os últimos dados da Red ALC-China revelaram que os investimentos chineses vêm sendo atraídos por países e setores diferentes. Historicamente, o Brasil e a Argentina sempre ficavam com a maior fatia, mas isso começou a mudar quando as economias desses países passaram a enfrentar dificuldades.

O Chile e o Peru foram beneficiados por um pequeno aumento nos IEDs chineses, que atualmente estão sendo direcionados para o setor industrial e de serviços.


A maior parte dos investimentos chineses está se concentrando em matérias-primas.

Enrique Dussel Peters, coordenador da Red ALC-China, disse que esses novos padrões apresentam novas oportunidades para a América Latina, mas os países estão deixando de aproveitar:

“As empresas chinesas podem beneficiar projetos através do fornecimento de mão de obra chinesa e de inúmeros outros serviços que elas têm para oferecer”, disse ele a Diálogo Chino. “Os chineses costumam ser pragmáticos nessas negociações, não tem nada a ver com uma tentativa de dominação por parte de ‘chineses malvados’, é só que eles trabalham assim”.

Dussel Peters encorajou os pesquisadores, bem como todos os outros públicos que vêm acompanhando o relacionamento entre a América Latina e a China, a revisarem as suas conclusões para construírem uma visão mais clara das tendências nos fluxos de capital chinês à região, bem como dos seus impactos.

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